segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Rio Iraizinho

Pelo que vi e senti nas minhas andanças ou pereginação piraqüarense em busca dos rios da região com influência no rio Iguaçu, o rio Iraizinho é a alma da Bacia do Alto Iguaçu. Parte da Bacia do Iraízinho cobre o centro de Piraquara. Ou melhor, o centro de Piraquara foi construido em terras da Bacia do Iraizinho - rica em várzeas e baixios, a região é rica em aterros. Isso pode ser visto na Avenida Getúlio Vargas continuação da Rodovia do Encanamento. Devido a urbanização o Iraizinho é também o destino dos esgotos urbanos, rurais e industriais. Como foi dito antes, segui os cursos dos rios que começam no pé da serra e seguem os trilhos da RFFSA, a partir do túnel na Roça Nova. Falamos do rio do Rato. Tiro o chapéu para a antiga arte e engenharia de costrução de linhas férreas. De Roça Nova até o local onde a Rodovia Leopoldo Jacomel atravessa o trilho, na direção de Quatro Barras, a ferrovia é o local mais baixo da redondeza. A ferrovia foi construída no fundo vale. Ou seja a ferrovia é o fundo vale. Em ambos os lados da ferrovia, vêm córregos e pequenos cursos d'água para se juntar ao córrego principal que é o Iraizinho.

O rio Iraizinho aparece bem definido logo após o cruzamento mencinado acima. Para vê-lo, pegando a Rodovia do Encanamento - aqui um prolongamento da Avenida Getúlio Vargas, atravessando o trilho, na área bem conservada do setor histórico, onde há, de um lado a antiga estação hoje transformada em um ponto comercial e lazer chamado Armazém, e do outro o restaurante Obra Prima. Siga a estrada, que daqui começa a chamar-se rua Antônio Meireles Sobrinho. Logo a frente se passa sobre uma pequena ponte. Embaixo está o rio Iraizinho. (É uma pena que em estradas estaduais e municipais não haja placas identificando os rios). Em direção à Curitiba, o rio Iraizinho vai reaparecer na Avenida Brasília, sob uma ponte, a poucos metros dos trilhos. Estamos na região do Hospital Dermatológico do Paraná - que funciona em uma área muito bonita.

A partir daqui há um trecho, ao longo do trilho, entre o trilho e o rio Iraizinho, de uma terra baixa e plana, onde cresce um capinzal e onde, mais tempo ou menos tempo, continuará a pressão da ocupação humana. Ao redor desta planície, se pode ver os bairros mais altos na direção leste. Na realidade parte do sopé da montanha também vista aqui com destaque. A visão da serra é alvo de anseios de meus olhos já que estou bem longe do que eu dizia a meus filhos e netos "minha montanha". Quando chove, a área ainda tem função de "pantanal". Mas não se engane, nada está intocado. Há inúmeras valas ao longo de ruas de bairros que acompanham os trilhos como o Jardim Santa Mônica. Esses bairros são baixos e tem tendência a serem úmidos. Eu vi nascentes interessantes em ruas dessa região. Está havendo uma verdadeira revolução escavatória, "dragatória" da Sanepar nessa região.

Essa faixa entre o trilho e o rio prossegue até o meu próximo ponto de interesse. Uma ponte ferroviária sobre o rio Iraí. Neste ponto, o rio Iraí já voltou ao seu leito original. Quer dizer a Represa do Iraí já ficou para trás. O rio Iraizinho já desembocou no Iraí. Este local é muito bonito. A vegetação ciliar é rica e é uma amostra de como era tudo isso antes de nossa gloriosa empreitada de transformação do mundo. Eu me encantei com o local. Me parecia um paraíso. Vim várias vezes a este local belo. Vinha acompanhado de meus filhos (7 e 9 anos) e netos. Foi aqui que meus filhos, netos e eu encontramos montes de fezes de capivara. Fotografei as fezes de capivara. Foi um grande evento. Cada um deles quis pegar as fezes nas mãos.

A partir da ponte, basta descer o rio Iraí, um pouco e veremos a desembocadura do rio Piraquara no Iraí e assim terminando sua sofrida missão. Um dia tentei chegar à foz do rio Piraquara. Sofri uma enorme decepção. Pelo meu mapa, entre os trilhos da RFFSA e a Rodovia do Encanamento deveria encontrar a boca do Piraquara. Mas de repente descobri que estava em uma obra - dessas obras do "Homo draguenses". Assim nunca cheguei ao local onde o rio Piraquara entra no Iraí. Para ser sincero, nem sei se este local ainda existe livre, ou se a desembocadura acaba dentro de uma camisa de força da engenharia. Este é um triste fim de um rio que da nascente à foz é atacado, maltratado, dobrado para o serviço do homem - um rio de interesse antropocêntrico.

Outras referências para quem deseje se orientar são: esta nova estação ou seja lá o que for, está entre a Ponte Ferroviária e o Quartel de Bombeiros de Piraquara. Pode-se dizer que está entre a Ponte e os fundos do terreno da Associação dos Magistrados do Paraná, ou próximo a ela. No dia em que eu estava lá no fundão do Iraí, causei uma certa vibração, porque vi que lá no meio da obra, chegou a aparecer um senhor com um cachorro pastor alemão. Tudo que eu preciso é ser mordido por uma pastor alemão e ser acuaso de invasor. Mas o que foi feito está feito.

A partir daqui, é o Iraí que continua a viagem na direção de Curitiba. Mas antes de viajar para Curitiba ou pelo menos de atravessar a fronteira para Pinhais, o Iraí que já recebeu o Iraizinho e o Piraquara entra em uma estação de tratamento de Sanepar. Parece que daí sai água limpa que entrarão em muitos canos. Canos que desembocarão em um só cano que levará a água adiante. Creio que é daí que vem o nome Rodovia do Encanamento. Esse encanamento acompanhará a Rodovia, passando por lugares como Hiper Mercado Carrefour, o Expotrade e outros marcos da RMC.

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